Também recebe os nomes de roucou, açafroa e colorau-natural, refletindo seu uso histórico como corante e aromatizante natural.
O urucum pertence à família Bixaceae, um grupo botânico pequeno, mas caracterizado por espécies com flores vistosas e frutos cheios de sementes pigmentadas.
Uma das espécies mais associadas à família é Cochlospermum vitifolium, conhecida por suas flores amarelas grandes e marcantes, ainda que menos usada comercialmente do que o urucum.
As Bixaceae são reconhecidas por apresentarem folhas amplas, alternas e de textura firme. Seus frutos costumam ser secos, cápsulas espinhosas ou ásperas que se abrem quando maduros para liberar sementes geralmente vermelhas ou alaranjadas — no caso do urucum, extremamente pigmentadas.
O urucum pode crescer como arbusto ou pequena árvore, atingindo até 6 metros de altura. Possui folhas grandes, pontudas e de coloração verde intensa. Os frutos são cápsulas vermelhas, cobertas por espinhos macios, que ao se abrirem revelam sementes pequenas e brilhantes, recobertas por um pigmento vermelho-alaranjado característico. Suas flores são rosadas ou brancas, grandes e muito ornamentais.
Originário da Amazônia e de outras regiões tropicais das Américas, o urucum sempre esteve profundamente ligado às tradições indígenas e ao uso como corante natural.
A planta aprecia sol pleno e clima quente durante todo o ano, condições que favorecem a produção de frutos e pigmento. Desenvolve-se melhor em solos leves, bem drenados e férteis, mas tolera períodos curtos de seca. Regas moderadas e espaçadas são suficientes, e a planta é considerada de baixa manutenção.
A propagação é geralmente feita por sementes retiradas diretamente dos frutos maduros. Como são muito frescas e ricas em pigmento, germinam rapidamente quando semeadas em substrato leve e mantido levemente úmido. A planta costuma apresentar um crescimento inicial bastante vigoroso.
O urucum é a principal fonte do pigmento natural bixina, amplamente utilizado na indústria alimentícia como corante. Para muitos povos indígenas, suas sementes têm forte simbolismo cultural e são empregadas na pintura corporal, na proteção contra insetos e até em rituais tradicionais. É um dos corantes vegetais mais antigos usados pelo ser humano, e até hoje permanece como uma alternativa natural, sustentável e segura ao colorau industrializado.